domingo, 28 de fevereiro de 2010

o que é, o que é

Não tente gostar das pessoas, não te force à isso, porque gostar é uma coisa que você deve sentir. Uma hora você nem vai se dar conta que está realmente gostando de alguém, e é assim que tem que acontecer. Quando a gente gosta, a gente gosta e fim. Não tem coisa melhor do que gostar de alguém naturalmente. Quando tudo acontece, naturalmente. Não dá pra interpretar de outra forma, gostar é gostar e ponto. A gente não gosta pela metade.

A realidade é farsa, quando a gente acha que gosta de uma pessoa, acontecem coisas, frustrações ( a vida é cheia delas, temos que aprender a viver com elas, e apesar delas ). Agora, quando a gente gosta mesmo, tudo significa alguma coisa. Tem horas que eu sinto saudade daquele frio na barriga quando a pessoa liga, o brilho nos olhos quando a pessoa passa, a boca salivando, a mão suando, os pés gelados, muitos braços e pernas pra pouca gente, ficar meio atrapalhada, e andar meio que; Travando. e na verdade a gente acaba sentindo saudade de uma coisa que a gente nem sabe mesmo o que é. A gente sabe o que a gente sente, e como que a gente sente. mais não sabe. é tudo muito confuso.

E as vezes nem é saudade, e sim carência. sentimentos doidos e bipolares que nos fazem só pirar o cabeção. Achar uma coisa, que na verdade é outra. Tudo dentro da gente vira um turbilhão de idéias, imagens e lembranças. Não sabemos o que sentimos, de quem vimos, de quem gostamos.
Quando vê. tudo passa, voltamos a ser uma, e a mesma coisa. voltamos a ser nós e continuamos insistindo na primeira idéia da coisa. “Tenho saudade do mundo que eu vivia, da pessoa que eu abraçava, do amor que eu pensava um dia sentir”, sempre é isso que acontece. Têm pessoas que deixam transparecer mais, e a gente capta assim, num olhar. É fácil de sacar, e tudo fica bem no fim, ela sempre fica boazinha aos poucos; não se preocupe.

O mundo é muito grande e a vida é muito pequena. As vezes a gente nem encontra a pessoa que a gente realmente vai gostar, como dizem: “o chuchu da marmita”, “a tampa da minha panela”, “a minha cara metade”, "o cacau do meu chocolate". pra olhar e dizer: “cara, eu quero esse ser pra mim, todo pra mim e todo meu!” Quando os gostos são os mesmos, quando os olhares se encontram em frações de segundos, o abraço se encaixa fodamente e milimetricamente bem, encostamos o queixo no ombro de uma maneira bem pensada, e nasce encantada e rapidamente um sorriso tímido no rosto; tudo isso é gostar!

Agora eu me pergunto se já gostei de alguém, mais não, nunca gostei de ninguém como eu espero um dia gostar.
Eu acho até uma coisa, e me corrijo. Gostar, eu já gostei. Mais amar não, amar é mutcho louco! Amar alguém é toda essa fração de gostar multiplicada por 500.000, em bilhões de células da paixão no nosso corpo gritando para vivermos esse intenso sentimento, seja por quem for, e da maneira que for. Falar eu te amo é fácil. Sentir esse “eu te amo” é uma das coisas mais difíceis que existe. Quando eu amar, e ser amada por alguém, assim, desse jeitinho. Já estou realizada, não preciso de mais nada na vida. Mais sabe... as pessoas que no mundo tem esse privilégio são, com certeza, as mais iluminadas, são as que já viveram muitas vidas, e que podem ser amadas por alguém; não se preocupe.

é curioso...

Todo dia eu acordo cedo pra ir estudar. a vontade de ficar na cama, é sempre maior. Mais eu acabo me rendendo à rotina, e a frustração do despertar e vou me aprontar. Quando eu saio de casa, já está tudo claro; uma luz diferente da que eu via em casa, um céu azul, pessoas andando com uma pressa interminável e olhando para o relógio com medo de perder qualquer piscar de vento lá fora. E eu fico olhando pra essas pessoas, vendo cada passo, cada jeito, a maneira de segurar a pasta, de se arrumar, de cumprimentar, de falar no telefone. Todas são diferentes. Mas tem uma pessoa, uma única pessoa. Que me chama mais atenção, algo nela me suga os olhos, e não me deixa outra chance a não ser olhar.
É um desses caras, que quando você bate o olho, já sabe que tem um mistério guardado. Ele é sério, sempre com a testa franzida, e uma retidão fora do comum. Bem vestido, cheiroso, cabelos claros, alto, olhos amendoados e grandes. O problema é que eu nunca vi os dentes. Pra um homem tão bonito, algum defeito grave deve ter, vai ver são os dentes que são feios, ou que lhes faltam. É curioso a forma de como ele anda. Completamente centrado no que está fazendo, medindo cada centímetro de cada passo que dá. Eu tento imaginar no que ele esta pensando, mais é tudo muito vago. Ele pode ter uma namorada, pode ser gay, pode ser desses nerds e só pensa no que tem pra fazer no trabalho, antes mesmo de chegar nele. Não sei, não mesmo. Mais ele me faz chamar atenção, isso que é curioso. Quase todas as mesmas pessoas que eu encontro todos os dias, nesse mesmo caminho que eu faço, ele é o único que não faz questão nenhuma de olhar pros lados. Eu já reparei em tudo dele; na barba, no óculos, no cabelo, no jeito de andar, na postura. Mais eu aposto que ele nunca me notou.
Ontem eu estava indo, atrasada. E o encontrei, ele estava cantarolando uma música se não me engano, uma de Caetano, isso me fez chamar mais atenção. Será que ele é um literário reprimido? Eu ainda vou descobrir alguma coisa curiosa da vida dele; e quero ainda arrancar um sorriso, ou pelo menos um cumprimento, um olhar daquele rosto angelical.
Essas pessoas misteriosas sempre me chama atenção, é intrigante e ameaçador. Mais também excitante, a vontade de descobrir algo curioso da vida da pessoa. Por que você sabe, não sabe? É tudo muito curioso.

cê tá ligado, que essa é a pracinha doBELISCO, né?!

desenhos em pedras com formato de Obelisco
sentados, conversando...
-não quero ver nem o que vai desenhar ai
rimos muito, muito naquele dia.
machimellow e pirulitos monstruosos a um real
bolão e chocolate dez centavos
livros raros você encontra aqui
pode vir freguesa a fruta-do-conde
tá fresca saborosa é só chegar
faço trancinha no cabelo
sei costurar, personalizo bolsas, camisetas e faço bonequinhos
adivinho o futuro vendo photoshop.

os prédios apontam a gente lá do alto
alguma valsa toca
fecho os olhos...
Mentira!
valsa?
não, valsa não!
toca a música de uma idolatrada
cantora inglesa e brinco
de faz de conta.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

“sinto o tempo com uma dor enorme. é sempre com uma comoção exagerada que abandono qualquer coisa. o pobre quarto alugado onde passei uns meses, a mesa do hotel de província onde passei seis dias, a própria triste sala de espera da estação de caminho de ferro onde gastei duas horas à espera do comboio — sim, mas as coisas boas da vida, quando as abandono e penso, com toda a sensibilidade dos meus nervos, que nunca mais as verei e terei, pelo menos naquele preciso e exacto momento, doem-me metafisicamente. abre-se-me um abismo na alma e um sopro frio da hora de deus roça-me pela face lívida.”

Fernando Pessoa, livro do desassossego

e o, CARNEVER?

O mundo anda que meio assim. Rápido demais; acho que são as pessoas, e isso acaba, de certa forma, meio que refletindo. As pessoas andam que meio assim. Rápidas demais;
Todo mundo estava esperando ansiosamente o carnaval, toda aquela folia, as pessoas que viriam nos visitar e pular conosco. tudo isso se juntava e não nos deixava pensar no carnaval sem ao menos sorrir, mas eu digo sorrir mesmo. De orelha a orelha.
Agora eu pergunto, o que uma festa dessas faz com a gente?
Não vou negar. Esse carnaval foi animal, e não acho que só pra mim não. e sim pra todas as pessoas do Brasil! Daí. Acabou. Foi tudo rápido demais, quatro dias de festa em uma piscadela, como isso pode? Não. não é possível! Acabou mesmo? Todo mundo precisando de pelo menos três dias de sono profundo pra recompor toda a energia gasta e mesmo assim. Querendo mais.
As pessoas de fora voltaram para suas cidades; a cidade volta a ser silenciosa; a vida recomeçando;e agora começa a vida de verdade! convenhamos. a vida, em geral, no Brasil começa só depois do Carnaval.
Mais sabe, somos todos nacionalistas demais. E temos que curtir mesmo! Beijar mesmo! Amar mesmo! E CARNAVALIZAR mesmo!

o que eu tô procurando?

um fiozinho de lembrança, que pareça possibilidade.
"Essas moças não olham para baixo nem para cima: com passo decidido, olham direto para a frente, como se visualizassem além do horizonte um ponto escondido para esses outros que passam quase sempre sem vê-las, para onde se dirigem com seus jeans gastos, suas bolsas velhas, suas peles de nenhum artifício. Dessa nitidez no passo, dessa atrevida falta de artifícios no rosto é que brota quem sabe aquela impressão de nobreza transmitida tão fortemente quando passam, mesmo aos que não as olham nem mexem com elas."
Caio Fernando Abreu

sobre anéis

ontem voltando pra casa encontrei uma dessas pessoas que parecem imunes a não-reciprocidade no amor. era uma menina de no máximo 17 anos, cabelos escuros, castanhos, lisos, olhos da mesma cor, de uma pele clara e macia, e um sorriso encantador. as características não são importantes. era linda, bom...não importa, de fato. porque ela era dessas pessoas apaixonáveis. qualquer um se apaixonaria por ela. eu olhava e já conseguia ver o encanto nos olhos de qualquer pessoa. sempre pensando; no sorriso. no jeito sarcástico e delicado de falar um palavrão. daqueles anéis cheios de dedos. e eu só pensava nisso. nessas pessoas apaixonáveis. que qualquer um se apaixona. simplesmente. por encanto, naturalmente. não sei se ela reparou. não conseguia parar de olhar. ela era daquelas que não precisam se vigiar o tempo todo para não parecer imbecil.

a feira

ouvi que minha avó
tinha paixão
por queijo branco no café da manhã
e uma pêra para acompanhar;
meu avô come
doces de leite religiosamente
é de fechar os olhos,
eles fazem cócegas, se desmanchando
na língua, e em toda
refeição é sagrado.
tem que ter uma banana para acompanhar;
todo dia minha mãe
corta um mamão de manhã,
e come antes de ir trabalhar.

hoje acordei cedo, fui à feira
as frutas têm gosto de casa.

(inspiração em texto de Alice Sant’Anna)

o começo do começo, do começo

primeiro eu desperto...

então eu acordo,
então eu não lembro do sonho
então eu esqueço completamente do que parecia latejar
na noite anterior
(na outra vida?)
quando eu pensei que poderia sonhar
quando eu desejei uma palavra de amor
quando eu precisei de uma notícia boa
para interromper as dúvidas novas
e os medos.
desde a primeira vez que precisei acordar cedo na vida percebi o quanto odeio terça-feira. as pessoas normalmente cismam com a segunda. eu não. eu odeio a terça. toda vez que volto a ter a maldita necessidade de acordar cedo, lembro disso. sinto na pele o que é odiar a terça-feira. porque na segunda tem o descanso do final de semana e o corpo praticamente acorda no susto e se levanta, no susto, e faz o que é pra ser feito, no susto. assim dou o pontapé em mais uma semana. agora a terça, a terça é cruel. sinto até calafrios, de tanto sono. tenho raiva, de tanto sono. os olhos pesam como se estivessem carregados de areia. ás vezes mal abrem.
eu fico pensando como vai ser a aula, e já imagino como tudo vai ser cansativo;
eu preparo toda a rotina do meu dia, mais quando eu chego em casa. tudo muda, eu durmo. durmo. e durmo, dizem que durmir ajuda a pessoa a crescer. vai vê é isso que me faz dormir tanto; sempre na terça-feira.

hoje de manhã

hoje de manhã me vi sorrindo, á toa de graça... talvez sejam desejos, talvez medo, talvez o sol que me acordou, ou talvez o amor, que nem me deixou dormir, e que embora rápido que foi..mas assim diferente faço,eu faço igual o mar. que quando recebe uma oferenda, sempre leva embora, mais... se ela tem que voltar. sempre volta, e pra pessoa certa. pra pessoa que ela realmente tem que voltar.
Me vi sorrindo, talvez até pelo fato de eu existir, e eu tenho sorrindo... existo. resisto. amo. e insisto em sorrir!

é isso daí

quando a pessoa sente saudade, a pessoa faz o que? quando a saudade gruda na pessoa, na cabeça da pessoa, nos batimentos cardíacos da pessoa, na temperatura corporal da pessoa, no dedinho do pé e no fio de cabelo da pessoa, a pessoa faz o que? a pessoa sente, a pessoa lembra de repente, a pessoa sonha todas as noites, a pessoa se pergunta, a pessoa não acha explicação para a saudade que bate quando não há sentidos concretos para ela bater. a pessoa pode fingir que o pensamento é outro, a pessoa vai correr e quase morre atropelada por uma bicicleta, a pessoa não dorme durante toda a madrugada, mas a saudade aparece de repente quando ela deita a cabeça no travesseiro e embarca para o não-controle. como explicar pra pessoa que a saudade não dói nada e que vai passar como passam até os sentimentos mais vivos do mundo como o amor e o amor e o amor? a pessoa nasce para falar, para ouvir, para gritar o burburinho que sacoleja o peito, a pessoa nasce mesmo para correr e pular e dançar quando ouve uma música que toca muito alto dentro da cabeça, vinda das veias todas, circulando entre o sangue e o oxigênio, sempre quando a saudade bate. se a pessoa não pode falar, a pessoa escreve. Escreve pra saudade.