quarta-feira, 17 de março de 2010

antes da chuva toda desabar e o dia ficar cinza, eu me encostei numa piscina azulzinha debaixo de um céu quase tão azul quanto. a gente continua apesar de tudo, é o que eu tenho pensado. histórias são acrescentadas, vidas são incorporadas, medos vão e vem, o amor aparece e vai. e a única coisa que não me dá pavor no mundo: o amor que eu sinto. e é por aí que eu continuo. quando bebo eu posso mandar mensagens pelo celular porque a falta de resposta frustra só no dia seguinte. o segundo de carência e necessidade de comunicação é feliz. poder fazer o que se tem vontade é felicidade. é só desse jeito que eu sei ser. debaixo da água a vida parece tranquila, as pernas se movimentam com firmeza, meu joelho esquerdo esquece de doer, meus braços ganham força, não há transpiração, a parede me empurra sempre pra frente, o corpo fica mais bonito, a dor do ‘não’ se afoga sem nem tentar se debater. a vida realmente parece tranquila. ela parece caber todinha ali. no mar todo esse efeito doido parece até se multiplicar, você se sente um nada, perto te tudo, e isso é bom. é só se afundar. abrir os olhos. e prestar atenção em cada movimento dos fios de cabelo, isso ajuda a esquecer os problemas e parar pra imaginar toda a vida lá fora. longe de mim. longe de tudo; e é uma pena, porque aonde eu vivo, eu não tenho essa honra de idolatrar o mar e meus fios de cabelo, mais assim que der. vai ser a vez do mar. a idéia de fazer um livro decente anda cada vez mais distante. certas coisas se afastaram de mim de uma forma que eu nunca imaginei. palavras decentes, histórias decentes, ouvidos decentes para receber. tudo muito longe, mas sem desespero. realmente certas coisas se afastam sem que dê tempo de notar. tenho um amigo que mais admira e me incentiva para fazer um livro e postar minhas melhores histórias ou coisas assim. mas vou falar a verdade, só em escutar essa história de fazer um livro já me dá uma preguiça absurda, as vezes nem é pra eu fazer mesmo não. e olha... eram realmente essas as férias que eu queria. e exatamente agora. algumas coisas perdem a hora de acontecer, outras não. agora, como sempre, eu só espero que eu seja feliz. que eu esteja sempre perto das pessoas que eu gosto. que eu tenha saúde, sorte e coragem; e por aí... eu vou aprendendo a viver.

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